Boa noite meu amor. Vou te falar que não tá nada fácil, tá
tudo sempre tão corrido, e eu me sinto como uma louca, falando todos os dias
com você que nem me ouve. O dia passou rápido, hoje a noite não tem estrelas, e
é triste olhar o céu sem você por perto. Era bom ver você sorrindo quando
olhava o sol distante se pondo, e sentia o vento bater em seu rosto...
Ontem fez dois meses que o samy morreu, aquele cachorro bobo.
Lembra quando ele estragou o seu relatório que você levou semana para preparar?
Foi lindo ver você sorrindo com aquela situação. Você o amava muito, não é?
Nunca entendi porque você não voltou para buscá-lo. Mas ele era umas das poucas
lembranças que você deixou. E agora ele se foi, Luís.
Mas Luís, não quero falar mais dessa saudade, preciso saber
como você está. Saber se já se adaptou a essa vida que você escolheu viver sem
mim. Quero saber se quem faz o teu café da manhã, prepara suas torradas da
maneira que você gosta, e te traz as torrejas espanholas todas às manhãs.
As coisas poderiam ser mais difíceis, não é Luís?
Passou-se tempo demais. Hoje faz um ano amor. Um ano em que eu não
sei mais se sorrir é preciso. Porque, o meu riso só era preciso com você. Luís
passou-se um ano, mas os vizinhos ainda perguntam sobre você. Eu não contei á
eles que você preferiu outra vida longe da minha, porque seria triste demais.
Disse apenas que você foi respirar outros ares, esperando que eles entendessem
como quisessem sem mais explicações. Acho que eles já desconfiaram que você não
volta mais. Richard quer saber quando você vem pra ver os knicks jogar, está na
última temporada. Ele diz sentir sua falta também. Você é um cara legal Luís, e
os teus braços e ombros quando me envolviam te fazia o cara mais legal do
mundo.
Hoje eu já não sei. Hoje o tempo é incerto. Sem você, a casa
é um silêncio. Sinto a sua falta Luís. Amanheceu. Volta, que o café já ta na mesa.
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